Vivemos um momento de grande aquecimento econômico no Brasil, devido ao fato de termos atingido uma estabilidade financeira, iniciada pelo plano real em 1994 e a algumas alterações feitas na legislação em anos posteriores. Isto permitiu ao mercado imobiliário brasileiro crescer acima da média histórica, nos últimos anos.

Só em 2013, foram financiados no Brasil duzentos mil imóveis, que somados aos anos anteriores, ultrapassam 1 milhão de imóveis. Este número elevado de unidades, em um curto intervalo de tempo, tem sido responsável por opiniões precipitadas e pessimistas, a respeito de uma eventual “Bolha Imobiliária” que estaria se formando no Brasil, comparativamente ao que aconteceu nos Estados Unidos em 2008.

Em minha opinião estamos longe deste cenário, pois os números contradizem estas suposições. Em 2005, no auge do aquecimento imobiliário nos Estados Unidos, o número de imóveis lançados lá, foi 10 vezes maior que o número de imóveis lançados no ano passado aqui no Brasil. Também podemos considerar que, no Brasil o financiamento imobiliário corresponde a apenas 8% do PIB, sendo que nos Estados Unidos, no seu auge ultrapassou a casa dos 50%, do PIB daquele país.

Outro fator importante, que devemos levar em conta, são os critérios avaliados na hora de conceder um financiamento imobiliário, dentre eles, o mais importante é o percentual máximo de comprometimento da renda familiar, que é de 30%, levando a um baixo nível de inadimplência no setor, que hoje está em 1,6%, sendo que o índice geral de inadimplência no Brasil gira em torno de 8%.

Por muitos anos o mercado imobiliário brasileiro manteve-se estagnado e reprimido, pela alta inflação, pela falta de regulamentação específica e o baixo poder aquisitivo da população. Este cenário gerava incerteza aos investidores, fazendo com que preferissem investir em outros setores da economia. A pouca demanda, não favorecia a valorização dos imóveis, que se mantiveram em um baixo nível de preços durante muitos anos. Com a mudança do cenário houve condições para a super valorização que percebemos nos últimos anos, mas que comparativamente a outros mercados internacionais, nos coloca como um mercado que ainda tem muito a crescer.

No nosso município, o número de novos empreendimentos e as condições favoráveis ao comprador valorizaram os imóveis como um todo, refletindo o que se percebe na realidade nacional. Permitindo o aquecimento do comércio local e abrindo centenas de vagas de trabalho direta e indiretamente.

Prever um estouro de bolha ou uma eventual crise financeira para os próximos anos, não é uma tarefa muito fácil, pois em algum momento, passaremos por uma crise financeira, mas afirmar o quando isto ocorrerá é pura especulação, pois os números de hoje não refletem esta realidade. O mais importante é que nossas conclusões sejam embasadas em dados concretos e não em boatos.

Por Alex Susin – Diretor da Susin Incorporadora